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Autoconhecimento e aprimoramento do sistema de crenças



A nossa condição de vida é resultado do conjunto de pensamentos, sentimentos e ações. E como somos privilegiados pela liberdade de escolha, podemos optar por diversos modos de ser e modificar a nossa realidade.

A cada dia, nos deparamos com cerca de 35 mil decisões. Diante das várias possibilidades, podemos fazer escolhas de modo automático e reativo, repetindo as situações do passado. Ou melhor que isso, de maneira consciente e assertiva, a fim de criar resultados diferentes. As inúmeras possibilidades que se apresentam irão se desdobrar em prováveis futuros. E, infalivelmente, cada opção irá modelar a realidade de uma forma diferente.


O sistema de crenças é como uma base de dados, onde buscamos referências para a tomada de decisão. Trata-se de tudo aquilo em que acreditamos, e é composto por memórias adquiridas através do aprendizado, de experiências ou da própria imaginação. Também trata-se da mente inconsciente, que não distingue a realidade da fantasia, fazendo com que os registros oriundos de situações não verídicas possuam o mesmo valor de uma experiência real. Assim, todo o conteúdo armazenado, verdadeiro ou não, exerce influência sobre nossa visão de mundo e deve ser investigado.


Para que um sistema de crenças seja realmente benéfico e saudável, deve existir congruência entre seus diversos "componentes", como o que ocorre com as engrenagens de um motor. Do mesmo modo, a coerência no conjunto de ideias resulta em harmonia e equilíbrio, e o ápice deste equilíbrio promove a sinergia, em que os efeitos são potencializados.

Por outro lado, quando existe incoerência, um conflito é gerado. Quando aquilo em que se acredita não corresponde a um fundamento lógico, ou gera uma emoção perturbadora, surge a sensação de divisão e dúvida.



A cisão interior é o oposto da coesão, da almejada sensação de plenitude. Nesta condição, há uma tendência à desestruturação, que pode ser observada através dos resultados não construtivos em vários setores da vida. Entropia é a tendência à desorganização ou caos, uma grandeza da física, que se aplica também à esfera psíquica.

É comum vivenciar uma crise em períodos de transição ou experiências profundas. Contudo, a crise, sinônimo de ruptura, representa uma oportunidade de atualizar as crenças para uma vida mais construtiva e harmoniosa.


Os ajustes de valores impulsionam o bom desenvolvimento e são imprescindíveis para o processo de amadurecimento. O nosso próprio cérebro é muito hábil para organizar e modificar a representação mental, atribuindo um significado mais positivo às ideias, conceitos e experiências pregressas.

Através da repetição, ativamos a neuroplasticidade, que é a capacidade de remodelamento da estrutura morfofisiológica do tecido neural.

Ao instaurar uma nova crença, há um período de latência até que ela se torne um hábito. O condicionamento, fruto da repetição, viabiliza o tráfego dos impulsos pela nova via neuronal e a “via antiga” é substituída. Assim, se adquire um novo comportamento e a mudança pessoal influencia todo o entorno.


Pensamentos e sentimentos possuem energia e informação, que são emanados de modo contínuo e constante. E as crenças determinam a qualidade da informação que acompanha a energia, tanto na constituição interna, como na vibração da atmosfera pessoal.

Leia mais sobre o assunto em:


A crenças centrais ou nucleares correspondem às primeiras impressões que captamos do mundo exterior e são as mais profundas e dominantes. Elas foram adquiridas na tenra idade e, portanto, na ausência de um senso crítico ou elaboração emocional. A partir destas crenças centrais, adquirimos crenças intermediárias, como ideias afins que complementam e reforçam o conteúdo do núcleo.

A estruturação secundária ao molde central é uma maneira de justificar que temos razão, que aquilo em que acreditamos faz sentido (ainda que, de fato, não corresponda à realidade).

Na maioria das vezes, tomamos o passado como referência para as decisões, ignorando inúmeros potenciais disponíveis a serem explorados. Este ciclo tende a se perpetuar, gerando pensamentos automáticos e padrões de comportamento repetitivos.


A partir de uma revisão honesta, aprimoramos a escala de valores, e continuamos a realizar ajustes, conforme adquirimos mais complexidade, num processo crescente de autodesenvolvimento. E à medida que estruturamos melhor o sistema de crenças, passamos a tomar decisões com base na auto referência.

A auto referência consiste em selecionar princípios que foram validados pela experiência direta, e pela elaboração de um minucioso estudo intelectual e psíquico. Quanto mais próximos de nossa natureza essencial e original, nos afastamos cada vez mais das imposições externas, da vontade do outro e do conhecimento adquirido sem questionamento.

A partir da autenticidade de cada ser, que é única e intransferível, avançamos na jornada evolutiva, atuando com assertividade e demonstrando respeito pela opinião alheia.


Vale lembrar que também somos responsáveis pelo conteúdo do inconsciente. A esfera do inconsciente abarca o conteúdo desconhecido pessoal e também o coletivo, o que é equivalente ao registro akashico, onde se encontram as informações de experiências e ideias de todas as consciências do planeta. A partir deste plano, entramos em sintonia com as ideias arquetípicas, com a fonte inesgotável de criatividade, de onde emergem as criações e soluções inéditas.


Como mencionado anteriormente, a revisão do sistema de crenças é um processo contínuo de investigação e elucidação, que conduz, não somente a resultados melhores, como à autorrealização.

À primeira vista, pode parecer algo bastante trabalhoso, no entanto, é um processo fascinante e incrível, que nos torna mais plenos de quem realmente somos.



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