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Manifestação da realidade através da consciência


De forma consciente ou inconsciente, estamos criando nossa própria realidade o tempo todo, pois a realidade manifesta é um reflexo da percepção, e que depende de um observador, que, neste caso, somos nós mesmos. Assim, a manifestação da realidade desejada é um atributo do Ser autoconsciente, que reconhece a si mesmo como parte da co-criação.

A metafísica estuda esse universo, que está além do método de comprovação científica e do modo de pensar, estruturado nas dimensões do espaço e tempo linear.


Entretanto, para explorar o mundo sutil e obter resultados benéficos com responsabilidade, é preciso conhecer como o universo funciona, partindo da própria existência. E conforme o aprimoramento pessoal ocorre, o indivíduo compreende que é absolutamente responsável pelos acontecimentos de sua vida, pois refletem suas próprias escolhas.


Para compreender a complexidade do mundo, o homem recorreu à análise, dividindo o conhecimento em diversas áreas. As grandes áreas se desdobraram em ramos, com especialidades e sub especialidades. Contudo, com a tendência à análise, nos distanciamos da visão global e integral, o que pede uma convergência ao ponto de partida, ou seja, o caminho inverso. Assim, o processo de síntese, ou pensamento orgânico, estabelece pontes de ligação entre os diversos conhecimentos, de modo que ocorra a conexão das informações que recebeu como disciplinas fragmentadas, sobre si mesmo e o entorno.


Como um quebra-cabeças, vamos unindo as peças, a fim de compor um grande quadro, onde estamos inseridos e cumprindo uma função que contribui para a harmonia da obra inteira. E neste grande cenário do conhecimento, partimos da energia e do átomo, que compõem as bases da realidade visível e invisível.

Tudo no universo está em movimento e em constante interação, sendo que estas ações são dependentes de energia. Os objetos e os seres são compostos por moléculas, que por sua vez são compostos por átomos, e o que os diferencia é a presença da consciência, que pode ser contínua ou intermitente. O ser humano, por ser dotado de autoconsciência contínua, é tal como uma matéria pensante.

Os objetos e seres necessitam da energia para se deslocar no espaço, realizar uma troca ou transformação. A energia, portanto, está presente na estrutura do átomo, ainda que seja imperceptível. E no aparente vazio do espaço, se encontram os potenciais de formação ou precursores das partículas atômicas, que irão se manifestar como a realidade concreta.

O éter é a substância invisível que permeia o espaço, que também é conhecido como a quintessência, o quinto elemento sutil. Tal substância é conhecida por vários nomes, de acordo com a cultura: o "akasha" , para os hindus, que está relacionado ao "prana"; o "ki" para os taoístas; ou orgone, segundo Reich, entre outras denominações.

O espaço que permeia a realidade também tem várias denominações: “vácuo quântico”; “holograma quântico” (Michio Kaku, físico e coautor da Teoria das “Cordas e Supercordas”); “mente da Natureza” (Edgar Mitchell, astronauta da Apollo); “o campo ou matriz divina” (Gregg Bradden); “a mente de Deus” (Stephen Hawking). Este meio, o “vácuo quântico”, contém o mundo visível e o invisível; o manifesto e o potencial para a sua manifestação. É possível traçar uma correspondência à filosofia hindu com a matriz fenomênica denominada “prakriti”, ou a causa primordial, “pradhana”, e numa esfera mais sutilizada, “avyakta”, o imanifesto, como a grande mãe de todas as causas.


Os átomos possuem cargas positivas (prótons), neutras (nêutrons) e negativas (elétrons), sistema que compreende uma força de atração entre as polaridades e um movimento constante das partículas, gerando um campo eletromagnético ao redor do átomo. A partir dos experimentos de Oersted, Faraday e Maxwell, surgiu o termo “eletromagnetismo”, pois os fenômenos elétricos e magnéticos estão relacionados. Resumidamente, o fluxo de cargas elétricas possui um campo magnético e por sua vez, o fluxo magnético produz um campo elétrico. A atividade elétrica envia sinais que exercem efeito magnético, ou força de atração. Assim, temos as polaridades positiva e negativa atuando continuamente em nossa realidade, o que caracteriza o plano da dualidade.

Heinrich Hertz foi o cientista que confirmou a existência das ondas eletromagnéticas e sua velocidade. O termo "frequência de onda" se refere ao número de ocorrências de um evento, em um determinado intervalo de tempo e é indicada em “hertz”, onde 1 Hz equivale a 1 ciclo por segundo. E a distância entre as cristas das ondas recebe o nome “comprimento de onda”, que é inverso à frequência, ou seja, uma frequência alta possui um comprimento de onda baixo e vice e versa.


A palavra átomo se origina do grego e significa indivisível (hoje sabemos que o átomo pode ser dividido, por fissão nuclear ou divisão quântica). É a menor partícula que determina um elemento químico, a unidade fundamental da matéria.

O átomo é cerca de dez mil a cem mil vezes maior que seu núcleo, onde está concentrada a maior parte da sua massa. Quanto à dimensão das estruturas subatômicas, temos a seguinte comparação: se o núcleo do átomo fosse um grão de areia, a eletrosfera atingiria um raio de cem metros aproximadamente. Sendo assim, há mais “espaço vazio” e “energia” em um átomo do que “matéria” (massa).

Isto nos leva a refletir sobre a aparência estável e fixa do mundo concreto, que é definida como uma percepção de densidade da matéria. Isto porque, no plano atômico, os componentes se movimentam ininterruptamente, não são estáticos.

O modelo de estrutura atômica mais difundido atualmente é o de Rutherford-Bohr, que consiste de um núcleo de carga elétrica positiva, envolto por uma nuvem de elétrons com carga negativa.

Embora o átomo seja comparado ao sistema solar, sendo o sol o núcleo e os planetas os elétrons, essa concepção não corresponde ao que ocorre realmente no átomo. Os elétrons não possuem uma órbita linear ao redor do núcleo, como os planetas. Eles saltam de uma órbita para outra, “desaparecendo” e percorrendo um universo não local, para depois “reaparecerem” em outra órbita. Assim, não é possível determinar com precisão a posição do elétron, e sim estabelecer uma previsão de onde é possível encontrá-lo. A essa região se deu o nome de orbital (orbitais de Niels Bohr e Schrödinger), tal como estudamos no Diagrama de Pauling em aulas do colégio. O “Princípio da Incerteza de Heinsenberg” também se refere à probabilidade de encontrar um elétron, que não é precisa como na física clássica, em que pode se calcular a posição e o deslocamento de um objeto ne espaço e tempo.

O termo “quântico”, do latim “quantum” (quantidade) diz respeito à energia que os elétrons utilizam para mudar de camada. Ao acumular determinada quantidade de energia, eles mudam de órbita.

“Quanta” é um “pacote de energia” emitido por ondas eletromagnéticas, observado a partir de estudos sobre o comportamento da luz. A palavra vem sendo utilizada para indicar um fenômeno não linear, não local, que é estatístico ou provável, e que vai de encontro ao determinismo.


Outra descoberta que confronta o paradigma cartesiano, com sua visão previsível e determinista, diz respeito ao comportamento do elétron, que pode se apresentar ora como partícula, ora como onda.

O “Experimento da Dupla Fenda” aborda esse mecanismo, quando um elétron passa por duas fendas ao mesmo tempo, o que não seria possível como uma partícula, e sim, na forma de onda.

A “partícula” é o mundo concreto, o estado denso e sólido da matéria, assim como a percebemos e com a qual interagimos através do físico e dos sentidos. A "onda" é o potencial da informação, para a qual existem infinitas possibilidades. O “Colapso da Função de Onda” se refere ao fato de que um elétron muda seu comportamento de acordo com a presença e intenção do observador (cientista), dentro de um sistema quântico, o que demonstra a influência do homem diante da realidade.

No mundo subatômico, ainda temos os quarks e os léptons, que são partículas elementares, que compõem prótons e nêutrons. E decompondo ainda mais as partículas, há o Bóson de Higgs, outro elemento precursor do átomo, que é também conhecido como a partícula de Deus.

Estas informações do universo quântico foram relacionadas à metafísica e aplicadas ao estudo da consciência por cientistas, como Amit Goswami, e vários estudiosos. Tais conceitos também corroboram com os antigos textos hindus, dentre eles, a ciência do Yoga.


Enfim, quando concebemos nosso corpo, ou o mundo, como algo concreto, estamos observando a forma de partícula, que também pode trafegar pelo universo não local como uma onda, ou seja, se deslocar para outro plano de existência. No instante em que ela desaparece e aparece novamente, pode manifestar uma informação diferente, o que qualifica a realidade como plástica, passível de modificações. Considerando que o comportamento do elétron se altera na presença do observador, a nossa intenção é capaz de modificar a realidade, quando respeitadas as condições para tal manifestação.



Há mais de cinco mil anos, a filosofia hindu se referia a essa percepção ilusória da matéria como “maya” e ao conceito de átomo como “paramanu”. O “paramanu” ou “anu”, também denominado como átomo físico ultérrimo, consiste na partícula semente que precede toda a realidade manifesta. De acordo com tal concepção, o universo material é precedido, preenchido, permeado e sustentado pela energia, que está na presença de uma consciência suprema, brahman, ou Deus. Os elementos, e até mesmo pensamentos e sentimentos, apresentam uma forma sutil que pode ser interceptada e afetada pela consciência.

O manifesto é a causa primordial originada no plano sutil, dotado de complexidade o suficiente para realizar-se na matéria. Entretanto, o manifesto não é, em si, uma mudança definitiva de “estado”, e sim uma das formas que a informação assume enquanto ainda existe, também, como intenção pura na matriz fenomênica, prakriti. Sendo assim, se “aquilo o que é” ainda encontra-se, também, em “potencial de ser”, a realidade manifesta pode ser modificada pela mudança da informação originária.



A máxima do yoga propõe o conhecimento e a experiência desta visão do universo, que uma vez alcançada, corresponde à iluminação e liberação de todas as ilusões e limitações do ser. Entretanto, até que seja atingido o domínio da consciência, "o yoga vai e vem”, como estados de consciência que oscilam entre a percepção distorcida e a realidade última. Assim como o comportamento do elétron, que ora aparece como partícula e ora desaparece como onda. Tal impermanência é uma característica deste plano, no ambiente interior e exterior. Por isso, quanto mais presentes e conscientes dos acontecimentos dentro do Si mesmo e ao redor, maior é a capacidade de perceber e influenciar a realidade, que se apresenta como um reflexo da consciência, e que pode desdobrar-se na edificação de uma realidade ideal.


"yoga citta vritti nirodhah"

Yoga é a supressão das oscilações da consciência.


namastê

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