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om, a expressão sonora do Todo


om é a vibração divina que está presente nos seres viventes e objetos inanimados, a existência do princípio espiritual em toda a Criação.


A sílaba mística om é citada nas antigas escrituras hindus como a expressão sonora do Todo ou o som a partir do qual o universo é emanado.


O termo se origina do sânscrito, a língua dos mais antigos textos indianos: Os Vedas.


Sua grafia corresponde ao alfabeto devanagari, onde deva se refere a divino, e nagari, a urbano, o que pode ser traduzido como a linguagem urbana dos deuses.


Quando utilizado como imagem para contemplação, é considerado um yantra. Quando vocalizado, é um mantra que produz os sons de “a” e “u”, com finalização anasalada em “m”. A estes três elementos são atribuídos vários significados, que representam o elemento trino, presente em várias tradições espirituais. Assim, há três estados de consciência: vigília, sono e sono com sonhos; três fases da existência: geração, degeneração e regeneração; e a própria trimurti ou trindade hindu: brahma, vishnu e shiva.



om é utilizado como suporte para a meditação, na forma de entoação ou visualização, a fim de conduzir à experiência com o Todo, que na filosofia hindu corresponde a brahman, o Absoluto. O ato de meditar sobre o om representa o acesso à tal experiência de fusão com a vibração essencial do universo.

Como “som primordial”, representa a raiz de todos os mantras, e corresponde ao bijamantra ou sílaba semente do chakra ajña ou chakra frontal, localizado no espaço entre as sobrancelhas, relativo à influência da mente búdica, à “terceira visão” e outras capacidades extrassensoriais.


Além do já consagrado aspecto trino, existe ainda um quádruplo, formado pelas letras a, u, m mais a síntese final que é o próprio om. Tal atributo aponta para o quarto estado de consciência do Yoga, que é o invisível, inefável, inatingível e incognoscível.


om é tudo o que existe; aquilo que foi, que é e que será, embora não esteja submetido ao tempo e ao espaço da forma como concebemos, pois é a essência do mundo manifesto e também do imanifesto. O ato de pensar sobre o om já é em si uma limitação àquilo que é, sendo infrutífera qualquer forma de racionalização. Embora a condição humana necessite de uma referência no tempo e espaço, este símbolo sagrado não pode ser compreendido através do pensamento linear.

A verdade central de om é revelada ao ser incondicionado, que é livre das limitações da forma através do estado expandido de consciência.


om se desdobra em todas as coisas e tudo retorna a om.

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